sábado, 6 de agosto de 2011

'Me provoque. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso!' Clarice Lispector

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'Por que será
Que eu ando triste por te adorar?

Por que será
Que a vida insiste em se mostrar
Mais distraída dentro de um bar

Por que será?


Por que será
Que o nosso assunto já se acabou?


Por que será
Que o que era junto se separou
E o que era muito se definhou


Por que será?
Eu, quantas vezes
Me sento à mesa de algum lugar
Falando coisas só por falar
Adiando a hora de te encontrar



É muito triste
Quando se sente tudo morrer
E ainda existe o amor
Que mente para esconder
Que o amor presente

Não tem mais nada para dizer

Por que será?'


Por que será (Toquinho e Vinícius)



Beijos pra você que ainda respira. ;)

E Sorte na Vida.
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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Was ist das?

 »Aber du darfst sie nicht vergessen. Du bist zeitlebens für das verantwortlich, was du dir vertraut gemacht hast. Du bist für deine Rose verantwortlich...«

»Ich bin für meine Rose verantwortlich...«, wiederholte der kleine Prinz, um es sich zu merken.


 »Man läuft Gefahr, ein bißchen zu weinen, wenn man sich hat zähmen lassen ...«
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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Entre uma volta e outra

   Eu queria saber por que o mundo gira. Por que existem estrelas. Por que trancamos as portas. Por que a Lua é bonita. Por que as flores morrem rápido. Por que as pessoas não param.

   Eu queria saber por que estão todos andando ao contrário. Por que está tudo assim. Por que o mundo é de poucos que não se importam com muitos. Por que rezar ao invés de ajudar. Por que viver assim. Por que aceitar. Por que obedecer. Por que seguir. Por que conter.

   Eu queria saber por que ninguém diz o que se quer escutar. Por que adivinham o que não se quer ouvir. Por que invejam, não admiram. Por que tem dó. Por que são prepotentes. Por que são brutos. Por que são racionais que não pensam. Ou que, de tão racionais, já não sintam. Por que matar tanto para poder viver o que nem se queria. Por que horas. Por que dias. Por que anos. O porque da distância.

   Eu queria saber por que a vida demora tanto pra passar num segundo. Por que tudo desaba num instante. Por que nada se encaixa. Por que até as Exatas são incertas. Por que se atrai o contrário. Por que, ao parar, retrocede-se. Por que a vida. Por que sentir. Por que querer mudar. Por que ser o contrário. Por que não aceitar.

   Eu queria saber por que sofrer. Por que doi. Por que chorar. Por que sentir. Por que amar. Por que ser  nada em tudo. Por que ser. Por que sim. Por que não. Por que nunca. Por que sempre.

   Mas eu sei. De nada. De tudo.

   Eu sei que o mundo é grande. Que as estrelam brilham. Que existem janelas por onde a brisa nos beija. Que eu gosto da Lua. Que a cor das flores é viva. Que as pessoas sorriem.

    Eu sei que todos fazem o que acham certo. Que está tudo ordenadamente em progresso. Que os muitos não sabem que o são. Que as pessoas tem seus medos. Que a maioria não vê. Que acostuma-se a aceitar. Que aprende-se a obedecer. Que é preciso guiar-se ou ter um guia. Que conter é controlar-se.


   Eu sei que as pessoas criam um escudo em torno de si.  Que apontam suas fraquezas nos outros.  Que nem todos evoluem na mesma intensidade. Que sofrem consigo. Que preferem atacar ao outro a arriscar-se a sofrer. Que são racionais demais. Que evitam sentir. Que matam o melhor de si. Que as virtudes são os defeitos. Que há horas. Que há dias. Que há anos. Que há momentos felizes. E que a distancia está em nós.

   Eu sei que um segundo pode ser eterno. Que uma vida pode não ser tão longa. Que o tempo é relativo à intensidade. Que há muitas peças. Que os humanos podem ser tão exatos! Que o pessimismo permeia-se. Que quando andamos, crescemos. Que há vida. Que sentimos. Que temos inquietações. Que o correto quase nunca é certo. Que aceitar exige muito pensar.

   Eu sei que sofremos. Que doi. Que choramos. Que sentimos. Que amamos. Que somos o tudo em cada nada que nos pusermos. Que somos. Que é. Que pode não ser. Que nunca sempre quando o sempre de nunca.

   E eu não sei. De nada. De tudo.